Aqui, jogado em Neverland, não posso nem pegar um táxi, comprar chocolate e chorar até que o monstro recupere suas feições humanas e amáveis.
Foi há tão pouco tempo. E, mesmo assim, naquela época ainda éramos amadores no “eu nunca” e eu não saberia escrever este parágrafo corretamente (e agora sei?).
Os blogs iguais, preto e cinza, gatinhos e figuras desproporcionais. E a gente tão diferente. Os surtos de estupidez urbana viraram espasmos de urbanidade estúpida. A adolescente precoce virou mulher criança (ainda que com um ano de atraso).
O tempo passou pra gente, e não foi uma vez só que estivemos à beira do precipício. O que me enche de medo.
Nunca vivi tanto. Ainda sinto que algo maravilhoso pode acontecer em qualquer esquina.
Essas tardes em que reencontro o passado embebido na lassidão de uma adolescência de isolamento rancoroso e procrastinação masturbatória. Me entristece. Tanto desconforto que te dá até preguiça de escrever bem.
Não. Não posso deixar tudo de lado. É tempo de recuperar aquela obstinação apaixonada que inventei pra sobreviver.
Entramos na estação do ano que apaixona, ainda que, desta vez, com um dia de atraso.
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