É em tempos de desequilíbrio emocional e incertezas que me sinto mais feliz.
Sentar todos os dias na carteira dos fundos da Faculdade de Direito e assistir, sonâmbulo, ao falatório monocromático sobre o sistema jurídico brasileiro. Ficar pensando o quanto aquela massa de racionalismo analítico-positivo salpicada de hipocrisia vai ser importante na minha rotina, pelo resto da vida, costuma me deixar um tanto quanto deprimido.
O que me salva são as crises de choro, as explosões de alcoolismo, os beijos apaixonados. O comportamento contraditório, desregrado, irracional, auto-destrutivo.
É nos momentos de desequilíbrio bioquímico, da fala hesitante, do encontro dos lábios quentes, do respirar ofegante, dos corpos ardendo, das palavras tolas; que a vida faz sentido.
E as dúvidas, os dilemas, a ressaca, o arrependimento; os pensamentos que me tiram o sono: nada disso impede que eu acorde cedo no dia seguinte, vá para a faculdade, e comente, com um sorriso no rosto, que fui mal na prova.
22.6.06
10.6.06
9.6.06
Fases
Descobri que sou um sujeito inconstante.
Alguns dias atrás voltava pra casa rancoroso e triste, passei na LANhouse, despejei algumas frases, envenenado, e me arrastei pro meu colchão, derrotado, sem vontade de acordar.
Agora chego em casa quase eufórico quinta feira a noite. Passarei o resto da madrugada estudando Direito e, tenho certeza, a manhã serei capaz de responder cada pergunta, expor articuladamente a matéria. Obrigado.
Meus colegas de república vão começar a achar que uso drogas...
Alguns dias atrás voltava pra casa rancoroso e triste, passei na LANhouse, despejei algumas frases, envenenado, e me arrastei pro meu colchão, derrotado, sem vontade de acordar.
Agora chego em casa quase eufórico quinta feira a noite. Passarei o resto da madrugada estudando Direito e, tenho certeza, a manhã serei capaz de responder cada pergunta, expor articuladamente a matéria. Obrigado.
Meus colegas de república vão começar a achar que uso drogas...
3.6.06
Mais...
Mais do que ciúme. Mais do que sentimento de posse ofendido. Mais do que ira e descontrole. Mais do que desespero.
Vergonha: vergonha e raiva contida.
Vergonha, raiva contida, coragem perdida.
Não pergunte, não aconselhe, não revele. Só tente entender.
O sacerdote filósofo, monge inseguro (Mr. Locke) passa anos adorando, ressabiado, uma pedra. Na esprança incerta de se tratar de um artefato mágico, algo além de mero carbono e silício.
Num dia bom, um momento de reflexão e descobre: a pedra é pedra.
Orgulho ferido. Mais do que melancolia: vergonha e coragem perdida.
Não quero mais ser bom.
Vergonha: vergonha e raiva contida.
Vergonha, raiva contida, coragem perdida.
Não pergunte, não aconselhe, não revele. Só tente entender.
O sacerdote filósofo, monge inseguro (Mr. Locke) passa anos adorando, ressabiado, uma pedra. Na esprança incerta de se tratar de um artefato mágico, algo além de mero carbono e silício.
Num dia bom, um momento de reflexão e descobre: a pedra é pedra.
Orgulho ferido. Mais do que melancolia: vergonha e coragem perdida.
Não quero mais ser bom.
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